sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ganhadores não sabem o que fazer com o dinheiro da loteria

O ganhador de 1,3 milhão de libras (cerca de R$ 4,4 milhões) em um dos sorteios da Loteria Nacional britânica voltou a trabalhar em uma lanchonete da rede McDonald's alegando sentir falta dos amigos. "São tantos rostos familiares que foi como voltar para um grupo de velhos amigos", disse Luke Pittard, de 25 anos."Honestamente, existe um limite para o descanso. Sou jovem e um pouco de trabalho duro nunca fez mal a ninguém." (Fonte: Estadão)
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Estamos nos aproximando do fim do ano e do sorteio da MegaSena da Virada, que promete ser o maior da história pagando mais de R$ 100 milhões. Na minha opinião, um jeito simples de fazer a pessoa repensar todos seus valores, objetivos e refletir sobre sua própria existência é, justamente esse: o que você faria se ganhasse milhões na loteria?

Uma frase que atribuem a Jim Rohn diz o seguinte: “Para ter mais amanhã, você precisa ser mais do que é hoje”. Cerca de um terço dos ganhadores de loteria entram em falência apenas alguns anos depois de receberem os primeiros milhões, segundo pesquisa nos Estados Unidos. No Brasil, também conhecemos inúmeros casos de pessoas que perderam tudo e voltaram à sua vida anterior ao prêmio. Isso vai de encontro a um fato que fica evidente quando se faz a pergunta sobre como usar tantos milhões recebidos de uma hora para outra.

As pessoas não possuem a mínima ideia do que fazer. Tudo o que conseguem responder são desejos do senso comum, como viajar, comprar uma mansão, um carro, casas na praia, etc. Sugiro que leiam os 10 grandes perdedores de loterias ao redor do mundo, citados na matéria do Terra. As pessoas vão desde o suicídio, passando por estupro e uso de drogas. Voltamos à frase de Jim Rohn, que parece ser realmente um axioma, e percebemos que as pessoas nunca serão ricas porque não estão preparadas para isso!

Luke Pittard, o ganhador da loteria britânica, percebeu isso logo. Sem possui um objetivo de vida maior do que simplesmente viver o “dia-a-dia” pacato, naquela rotina de trabalho – casa – trabalho, logo se viu inutilizado e entediado. Voltou a trabalhar para dar algum significado à sua patética vidinha. Não que aquela sua “vidinha” seja ruim. Ele é feliz e é isso o que realmente importa. Com certeza, ele poderia ser algo muito melhor, mas não tinha a capacidade, a coragem, a vontade.

Grandes bilionários que conquistaram sua fortuna ao longo de suas vidas não perdem a linha. São homens de grandes feitos e que escreveram seus nomes na história. Muito mais do que anônimos e insignificantes atendentes de um restaurante, esses grandes homens mudaram a vida de muitas pessoas, quiçá de nações inteiras. Talvez, da humanidade.

Certamente, o ganhador da loteria não precisa mais trabalhar. Ao menos, não naquilo que ele não gosta. Numa frase, resume-se esta questão: “Encontre aquilo que você gosta de fazer, e nunca mais precisará trabalhar na sua vida”. Se temos potencial e talento, por que desperdiçá-los? Porque não empregá-los, satisfazermos nossa alma e, de quebra, contribuir com o mundo de alguma forma?

Pode ser que o ganhador da loteria possa, finalmente, dedicar-se à aulas de piano e finalmente tocar nos barzinhos da cidade – quem sabe até num concerto um dia. O médico finalmente pode dedicar-se integralmente ao descobrimento de novas curas. Motivo de orgulho e satisfação para si enquanto melhora o mundo. O protetor de animais pode, finalmente, combater a crueldade imposta à inocentes animais. E logo ele se vê contente, feliz, cheio de amor dado pelos bichos e por aqueles que batalham pela mesma causa. De quebra, ajuda a fazer um mundo melhor.

O mundo está cheio de oportunidades. O fim das “amarras” que prendem um simples proletariado pode ser a chance desse finalmente extravasar todo seu talento e fazer a diferença para si e para o resto. Enfim, é apenas um ponto de vista. Mas fica aqui a pergunta: o que você faria se ganhasse dezenas de milhões de dólares de um dia para o outro?
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