quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Greve dos Correios: a luta continua

Proposta do TST é rejeitada em Goiás e greve nacional dos Correios continua

Daniela Martins

Os trabalhadores dos Correios em Goiás acabam de rejeitar, em Assembleia Geral da categoria, a proposta de acordo formulada, nesta terça-feira, 4, na audiência de conciliação realizada no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, entre a Fentect e a direção da ECT.

Pela manhã de hoje, os sindicatos maiores como São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já haviam rejeitado a proposta. Agora, com a recusa dos trabalhadores de Goiás, somam-se mais de 18 sindicatos contrários a um acordo nos termos acertados ontem no TST. Para ser aceita, a proposta deveria ser aprovada por, no mínimo, 18 dos 35 sindicatos ligados à Federação, número que já não pode ser alcançado, portanto, a greve nacional dos Correios continua por tempo indeterminado.

Nova audiência no TST está marcada para o dia 10 de outubro, às 11h. Nesta data, a Federação irá comunicar a recusa por parte dos trabalhadores e a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi deverá indicar um relator e agendar o julgamento do dissídio coletivo, que foi proposto pela direção da ECT.
Confira Nota Jurídica Se até a data do julgamento não houver acordo, os termos para o fim da greve serão decididos pelo Tribunal.

PARECER TÉCNICO DO DIEESE
ATA DO TST
INFORME 41 DO COMANDO


O principal ponto que impede a efetivação do acordo é o fato da ECT insistir em desrespeitar a data-base dos trabalhadores, que é o mês de agosto, e protelar o reajuste para outubro.

Hoje a greve completa 23 dias, tornando-se a maior da história da ECT. Até ontem, os Correios contabilizavam cerca de 136 milhões de correspondências em atraso no país e um prejuízo de mais de R$ 300 milhões. Em Goiás, a paralisação continua em 17 cidades, além da Capital, com a participação de 50% do efetivo dos Correios. A participação na greve é maior entre os trabalhadores de base.

“Os trabalhadores reafirmam sua disposição de negociar, mas a empresa precisa levar a sério as reivindicações da categoria”, afirma o secretário Geral do Sintect-GO, Elizeu Pereira da Silva.

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