Gênero: Drama
Duração: 120 min.
Origem: Brasil
Estreia: 26/10/2012
Direção: Breno Silveira
Roteiro: Breno Silveira
Distribuidora: Downtown Filmes
Censura: 12 anos
Ano: 2012
Sinópse: Um pai e um filho, dois artistas, dois sucessos. Um do sertão nordestino, o outro carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro de esquerda. Encontros, desencontros e uma trilha sonora que emocionou o Brasil. Esta é a história de Luiz Gonzaga (1912-1989) e Gonzaguinha (1945-1991), e de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.
"Gonzaga - de Pai para Filho" é o melhor filme brasileiro do ano
Por Tony Goes
Depois de mais de uma década lançando títulos grandiosos, conquistando prêmios internacionais e arrastando multidões às salas, o cinema nacional parecia estar na entressafra em 2012.
Os sucessos de bilheteria se fizeram mais raros: só comédias bobinhas, como "E Aí Comeu?" ou "Até que a Sorte nos Separe" conseguiram romper a barreira do milhão de espectadores. Produções ambiciosas como "Xingu" decepcionaram público e crítica.
Mas eis que surge um filmaço no horizonte. "Gonzaga - de Pai para Filho", que entra em cartaz na próxima sexta, consegue combinar apelo popular, qualidade artística e produção luxuosa. Nem por isto deixa de ser uma aposta arriscada.
Será que a garotada de hoje em dia sabe quem foram Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha? Sim, muitas das canções de ambos ainda tocam muito por aí, e são imediatamente reconhecíveis.
Mas existe interesse em saber da vida deles, como havia sobre Zezé de Camargo e Luciano? "Dois Filhos de Francisco", que contava a história da dupla sertaneja, foi a estreia em longa do diretor Breno Silveira, que também assina "Gonzaga".
Tomara que exista, pois a saga dos Gonzagas é ainda mais interessante. Só a trajetória do velho "Lua", do miserável sertão pernambucano à glória, já renderia um bom filme. Mas ela ainda é acrescida do conflito entre o velho sanfoneiro e seu filho, com quem manteve uma relação distante e conflituosa durante muito tempo.
A suspeita é apenas insinuada pelo roteiro, mas o fato é que Gonzagão desconfiava que Gonzaguinha não fosse seu filho. De fato, os dois não se pareciam em nada: nem fisicamente, nem em temperamento.
Ainda assim souberam superar as dificuldades, e se reconciliaram lindamente no final da vida. Fizeram muitos shows juntos, e eu, que já tinha idade suficiente, me arrependo de não tê-los visto ao vivo.
Breno Silveira se redime dos dois semi desastres que cometeu depois de "Dois Filhos". Tanto "Era Uma Vez" quando o recente "À Beira do Caminho" tinham roteiros fracos e mal costurados. Não é o caso desta vez.
Em "Gonzaga" tudo funciona direitinho, inclusive o elenco de caras desconhecidas. Um destaque especial precisa ser dado a Chambinho do Acordeon, sanfoneiro na vida real, que nem ator era. Ele ganhou o papel por ser parecido com Luiz Gonzaga, e também por ser músico, e foi muito bem preparado para enfrentar as câmeras: sua inexperiência não transparece em nenhum momento.
A Globo, coprodutora do filme, não está brincando em serviço. Promoveu "Gonzaga" com quadros no "Fantástico" ao longo do último mês, como que reapresentando os protagonistas a um público que talvez nem se lembre deles.
Espero que esta estratégia dê certo, pois não só se trata de um filme que empolga, como também resgata os repertórios de dois gigantes da música brasileira. Experimente assistir ao filme e não sair do cinema cantarolando.
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